sábado, 25 de outubro de 2008

(re)Surgir


Aponte o limite agora. Isto é claro, se sua visão ainda estiver submetida a isso.

Libertei-me, sou enfim livre, e só descobri isso ao perceber as grades que me prendem aqui.

Que bom não é? A verdade é melhor em partes por ser verdade. Conheço o inimigo agora, na verdade agora o reconheço, resolvi olhar pro lado resolvi abrir os olhos, agora sim sei pra onde atirar.

Abandonei as minhas certezas, agora estou mais leve pra andar, vou a todas as direções onde houver dúvidas. Respostas absolutas não me satisfazem mais. Não merecem mais minha fé inabalável, não merecem mais a minha submissão. Já vivi num cenário de plástico por tempo de mais, chegou a hora de atear fogo.

Verdades absolutas vendam os olhos, calam vozes, entorpecem.

Só agora posso apontar pras fronteiras e gritar

“Mentira”

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Lagarto


Eu queria ter essa tranqüilidade toda, fingir que estou bem e me divertir, só isso!
Mas o fato é que já estou de saco cheio disso, de fingir que sou assim.
E então me pergunto: quando isso vai mudar/acabar?

Eu cheguei à conclusão que – mesmo não querendo – eu não pertenço a mim mesmo. Posso estar errado (e sei que estou), mas esse é o jogo que a vida me faz jogar, um jogo sujo de cartas marcadas.
Entretanto hoje sei que o amanhã será diferente de ontem, mas as folhas cinza, ainda sim, continuarão a cair.

Ah, só quero mesmo é ficar aqui ouvindo música, extenuado na cama, tentando esquecer meus “muros e plataformas”.
Sei que isso é chato, mas, na boa, dane-se!
Eu me cansei disso tudo.


E mesmo depois dessas questões que acabei de abordar, eu não serei livre disso tudo. Ainda sim, depois das questões que não abordei, perdidas por ai, eu não me sinto livre...
Você se sente livre?
Você pode sentir?

sábado, 18 de outubro de 2008

Luta singular

O exército de um homem só

Em uma guerra singular


Sem valores, sem armas


Auto ódio em punhos

Nenhuma gota de sangue será derramada

Aqui só haverá lágrimas

De quem partir e de quem ficar

Banharemos-nos com sua dor

Que se faça o sacrifício

Que morra o derrotado

Que o fluxo das águas nos leve para o lugar

Onde a vingança será conquistada

A luta acontece dentre as fronteiras imaginárias do ego

Lutemos mais uma vez em prol de novos limites

Façamo-nos homens guerreiros

Derrotemos o fracasso

Levantemos a bandeira da vitória

Derrotemos a nós mesmos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Corra! Corra!



Corra! Porque eles estão vindo ai! Corra! Porque você não tem força suficiente para enfrenta-los. Não é que eles são imbatíveis, nós é que somos fracos, e vamos sofrer as conseqüências por causa disso, podes ter certeza!


Então, pegue um foguete e suma! Não perque seu tempo! Não perque mais seu tempo aqui - apesar de não valer nada - vivendo sempre esse "mais do mesmo". Lembre-se sempre que a vida é uma droga dependente de você, então não tente me entender.


Agora já é tarde, eles chegaram! Armados até os dentes, com palavras fúteis e inúteis, irão encher sua cabeça e não te deixarão respirar. Agora já é tarde você vai agüenta-los? Então corra! Corra!

domingo, 5 de outubro de 2008

El Guionista


http://www.youtube.com/watch?v=JpXTMMyjaGM (vejam o video primeiro)

Sempre recebi com certo receio certos trabalhos.

A bem da verdade é que o que eu queria mesmo era sempre poder ter as mãos livres para escrever.

 Sempre achei complicado de mais ter que fazer uma reforma agrária no território das minhas mãos

 De modo que coubesse na mesma minha arte e os fetiches de meu contratante.

Agora mesmo tenho em mãos três imagens que conheço muito bem, no entanto tenho de olhar não com os meus olhos e sim como os olhos de quem as escolheu

e eu não sei o que ela vê.

Preciso de um personagem, alguém que veja por nós.

Preciso de um nome também, mas qual?

Escolha você mesmo um!

É isso, deixarei em suas mãos o meu trabalho.

Darei a você a responsabilidade de escrever uma história.

Te darei a chance de brincar de deus.

Mas o que fazer aqui?

Não é nem mesmo um dia bonito pra se caminhar.

Aliás, qual sua idade?

Pense mas não diga

A obra não precisa de nenhum registro material.

Sinto-me mais feliz usando a sua cabeça como tela de projeção.

Olha só! Anoiteceu de repente

As metrópoles têm um modo temporal único

Mas espere ai! Onde ele está?

Como quem?

Nosso personagem burro.

Não, não é ele que é burro

Quer dizer, talvez seja! afinal

Ele não é criação minha.

Aff, eu vou ser roubado aqui, e a câmera nem é minha

Sou um roteirista desempregado depois disso daqui

Finalmente a ultima imagem

Temos pouco tempo até tudo acabar e, no entanto não descobrimos nada sobre o tal rapaz

Quer dizer, era um homem?

Escolha como as coisas acabam

Agora ele\ela é todo seu\sua

Eu lamento, não posso dar dica alguma

Só acho aqui um lindo lugar pra morrer. Hehehe

Desculpe-me

Ando meio fúnebre ultimamente.

Sei lá, talvez ele tenha saído caminhando e ido embora pra um lugar mais real

E enfim se libertado das nossas cabeças

Quer dizer

Das nossas telas de projeção.