http://www.youtube.com/watch?v=JpXTMMyjaGM (vejam o video primeiro)
Sempre recebi com certo receio certos trabalhos.
A bem da verdade é que o que eu queria mesmo era sempre poder ter as mãos livres para escrever.
Sempre achei complicado de mais ter que fazer uma reforma agrária no território das minhas mãos
De modo que coubesse na mesma minha arte e os fetiches de meu contratante.
Agora mesmo tenho em mãos três imagens que conheço muito bem, no entanto tenho de olhar não com os meus olhos e sim como os olhos de quem as escolheu
e eu não sei o que ela vê.
Preciso de um personagem, alguém que veja por nós.
Preciso de um nome também, mas qual?
Escolha você mesmo um!
É isso, deixarei em suas mãos o meu trabalho.
Darei a você a responsabilidade de escrever uma história.
Te darei a chance de brincar de deus.
Mas o que fazer aqui?
Não é nem mesmo um dia bonito pra se caminhar.
Aliás, qual sua idade?
Pense mas não diga
A obra não precisa de nenhum registro material.
Sinto-me mais feliz usando a sua cabeça como tela de projeção.
Olha só! Anoiteceu de repente
As metrópoles têm um modo temporal único
Mas espere ai! Onde ele está?
Como quem?
Nosso personagem burro.
Não, não é ele que é burro
Quer dizer, talvez seja! afinal
Ele não é criação minha.
Aff, eu vou ser roubado aqui, e a câmera nem é minha
Sou um roteirista desempregado depois disso daqui
Finalmente a ultima imagem
Temos pouco tempo até tudo acabar e, no entanto não descobrimos nada sobre o tal rapaz
Quer dizer, era um homem?
Escolha como as coisas acabam
Agora ele\ela é todo seu\sua
Eu lamento, não posso dar dica alguma
Só acho aqui um lindo lugar pra morrer. Hehehe
Desculpe-me
Ando meio fúnebre ultimamente.
Sei lá, talvez ele tenha saído caminhando e ido embora pra um lugar mais real
E enfim se libertado das nossas cabeças
Quer dizer
Das nossas telas de projeção.
2 comentários:
Um dos melhores curtas experimentais que já vi.
Caralho... Já tem 6 anos! Tô ficando velha e não me canso de ver!
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