Hoje eu joguei alguns papéis fora,
Naquele tradicional ritual de purificação.
Onde se vai o que não serve mais, e fica o vazio pra se encher do que também não servirá.
E acabo de dar mais duas linhas pra um rascunho não publicável, e o retomo com coragem após ser encharcado pelo som de um Alt-J qualquer. E prossigo:
As vezes a vida parece não caber nos meus ombros.
E cai pelos lados.
Acontece quando eu me apequeno
e que me faltam as costas largas.
Ai me inteiram com alguns centímetros. 175 deles talvez (não sei se acredito). E você novamente toma coragem pra por sobre os ombros todas as montanhas de minas; já me diria o poeta alagoano.
A vida é meio isso. Um retalho. Um retalho de episódios descompassados, as vezes costurados, as vezes não. Um tecido de trapos, tecido à várias mãos. Pra nos cobrir do frio existencial, naquele deserto onde nosso avião de piloto solitário cai vez ou outra.
É preciso ter com o que cobrir. E é bom que a coberta seja grande. Pra cobrir 185 centímetros (talvez, eu realmente não sei se acredito).
3 comentários:
Mágico das letras, das idéias, como sempre!
<3
Tem dias que me sinto assim... Vazia, e também com um peso danado nas costas.
Mas é a vida não é?!
E ela está longe de ser completa não importa o que façamos. Acho que sempre vamos ter um vazio, as vezes dá pra gabelar, mas vai estar sempre lá.
Abraço!!
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