sexta-feira, 28 de maio de 2010

Em um Outro Dia, Em Outra Vida...

Não acreditei na matéria da capa do jornal de hoje quando vi teu rosto límpido e suave estampado, dando uma sensação de que tornaste livre.

Livre de si mesma, livre de todo peso e de toda aquela dor, que não existia, entretanto, mesmo assim insistias carregar.

Não consegui acreditar na manchete desta matéria que o jornalista fez, englobando pensamentos fúteis e sentimentos dissimulados.
Constituída de letras de recortes de livros.
Letras cortadas pela metade de poemas românticos frustrados de livros em branco, que nunca saíram da redação.

Juro-te que quase acreditei nas palavras que o tal jornalista usou para te descrever na matéria.
Palavras formadas por nenhuma letra, símbolo ou código. Algumas criptografadas de uma falsa máquina enigma qualquer.
Na verdade, ele foi tão claro que não pude entender!

Agora, não posso acreditar em ti.
Não posso acreditar em todas as verdades que disseste sobre mim, pois eu não sou real, não sou verdadeiro.
Na verdade, sou tão falso quanto esse tal jornalista, quanto este texto, e quanto você!