sábado, 29 de novembro de 2008

As Máquinas de Deus


Nós somos frutas podres, somos ameixas esmagadas, oh! Como não valemos nem o ar que respiramos!
Habitando neste mundo morto, sugando toda sua essência e o destruindo contiguamente. Somos as máquinas de Deus.

Usando de todo nosso fascismo e tirania - a peça teatral irá continuar, todos em seus devidos lugares! E mesmo vocês sabendo de toda essa falsidade, vamos fazer vocês se ajoelharem perante a nossa imagem, pois somos as máquinas de Deus!

Ah! Vocês caíram em nossas mãos!
Caíram totalmente em nossas mãos!
Agora usufruiremos de todos os seus medos e crenças e os usaremos contra vocês mesmos.
E consumiremos suas almas.

A hierarquia corrupta está mantida, não adianta lutar!
Não adianta dar murros em ponta de faca!
Apenas continuem seus teatrinhos de ilusões.
Nossas leis são baseadas em ‘fatos inventados’, pois nós somos fodas!
Somos os seres mais evoluídos da terra!
Somos as máquinas de Deus!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Perdendo os dentes


Aprender a andar até que foi legal, mas desta vez quero algo novo. Quero desaprender a andar, andar na escuridão, andar sem ver nada.
Quero tropeçar e cair sabe? Sentir o chão na minha cara, o cheiro de terra entrando pelas minhas narinas, entupindo as minhas veias, entorpecendo meus medos.
Quero voltar a andar na corda bamba, e pouco me lixar pra que lado eu vou cair. Que diferença faz? Eu sei que no final das contas eu sempre acabo esbarrando em alguma coisa.
Será que andando assim em hei de me encontrar? De repente eu passei a sentir faltas das minhas conversas. Das minhas discussões mais tolas, das minhas dúvidas quanto ao futuro.
Não fui eu que disse adeus, ou talvez tenha sido mesmo, mas se o fiz eu juro que não foi por querer, não me apaguei de sacanagem. Eu só o fiz porque pensei que precisava de outra companhia. Grande idiotice. Agora eu vejo que me quero outra vez.
Vou sair andando por ai. De olhos bem fechados, torcendo pra cair num abismo aonde possamos ficar juntos, pelo tempo que for preciso pra por o papo o meu papo em dia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

1989














Meu amigo! Eu estou cansado!
Cansado de carregar este saco de batatas que virei, em minhas próprias costas.
- Ah que isso! Se erga meu humano!
- A vida está me consumindo aos poucos, e não sei mais o que farei daqui em diante...
Um silêncio lindo e profundo, da maior tristeza que ficou.

Será esta a minha sina? Apenas cair com as folhas? Ou viver de fantasias, imaginações e desejos de sermos mais aquilo que eramos e nunca mais vamos ser, dos nossos sonhos?
Nas últimas horas, ninguém liga para o próximo minuto que virá!

Mas amigo, na boa, eu me cansei de me procurar na vida.
No entanto, nunca vou desistir e vou ficar bem – Então minto. Minto apenas para aqueles que acham que se preocupam comigo só porque pensam que realmente me conhecem.

Meses, semanas e dias vêm e vão de uma maneira nostálgica,
forçando-me fingir que dirijo essa peça hilária chamada de "Minha Vida".
E quem sabe um dia, eu ainda acreditarei!

- Acreditar em que? No ser humano?
- Ah! Não me faça rir!
- Nessa tal peça "Minha Vida"?
- Talvez não, mas acho que tenho algo a fazer aqui...
Ah quer saber? A única coisa que posso fazer é deixar cair isso tudo sobre mim.
Deixar-me cair sobre mim!

Era uma vez em 1989...
Algo aconteceu! E insiste em acontecer!
E insiste em cair!

domingo, 9 de novembro de 2008

E agora José?


Não que eu queira ser um passarinho, eu juro que não. É o tipo de coisa que não me atrai. Tentar ser outra coisa sabe?
Talvez o que me incomode seja não poder ser eu mesmo o tempo todo, ou talvez não me permitir ser assim.
Não quero cair no papo de atuações e palcos outra vez, isso já ficou chato de mais. Me mostraram que se isso tudo é uma atuação, em grande parte a culpa de estar submetido a isso é somente minha, o problema é descobrir porque eu não rompo com toda esta estrutura então? O que eu ainda estou fazendo aqui parado? Ninguém vai vir me salvar, ninguém pode respirar por ninguém.
Nem por isso eu quero sair por ai voando, não que idéia não seja atraente, mas sei lá, talvez eu tenha me convencido que o céu nem sempre é sinônimo de liberdade.
Talvez eu reinicie minha vida (como diria o Carlão) e fique pronto pra operar de novo, não sei.
Olha, estamos perdendo tempo aqui, me procure outra hora, ainda que eu releia as páginas desta semana na minha agenda não vou encontrar nada pra te dizer por agora.
Vou indo esta bem, me desculpa.

domingo, 2 de novembro de 2008

Foi mal!


Eu não sei por que fiz isso, nem sei também porque estou pensando nisso até agora. Talvez em outra situação eu tivesse agido diferente, mas não dava juro que não dava.
Eu nem sei por que estou fazendo isso. Você é apenas um bêbado, provavelmente um bêbado ainda e do lado de fora, trancado do lado de fora. Merda, pior que eu queria ter ajudado o cara, mas não dava, não queria perder meu ônibus e ficar preso naquele palco enorme onde tudo é encenado, eu queria sair dali logo, antes que outra pessoa me ligasse dizendo que queria se atracar comigo também e depois dizer simplesmente “nossa, você só fala foi mal”.
Auto-suficiência, auto-suficiência, quando é que eu vou poder dominar isso. Não quero ser ator pra sempre, quero viver histórias reais, alguma que me agrade pra variar. Quero a verdade , sabe?