sexta-feira, 22 de junho de 2012

Platão Platônico


E faleceu Platão,
No dia em que a rotação da terra foi brusca de mais.
E não conseguiu passar sem ser notada.
E os nossos pés sentiram o prazer de ir a outro lugar sem se mover.
E um santuário construído no pico mais alto do desejo se trincou.
E a sacralizada tornou-se um mero mortal;
tão palpável e tão sem graça.
E novamente fui traído pela minha imaginação.
E eu vi que os sentimentos são aviões de cera, que tão belos em museus, se tornam gotas em vôos mais próximos ao sol.
Viram chuvas de parafina.
Com gotas que ardem.
Que cobrem o chão.
Que perde o atrito.
Que prendia os nossos pés.
Para que não quedamos...
No dia em que a rotação da terra foi brusca de mais!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Casa ao chão

Derrubaram a nossa casa amor
Aquela em que colocamos os nossos sonhos
e revestimos as paredes de desejo
e plantamos uma árvore...

Mas destruíram o nosso jardim
Aquele em que brotavam os nossos prazeres
e enraizavam as nossas vidas
a da árvore que iríamos gangorrar

E sentir o vento em nosso corpo
E voar para traz ao encontro dos seus braços
E sentir o vento partindo-se ao meio
E senti-lo em nossas costas tentando nos fazer parar

Mas destruíram, derrubaram, e o "nosso" foi soterrado pelas grossas paredes em que escrevemos nossas juras
E eu não pude te mostrar
Que viramos meros escombros
Que viramos meros alicerces
de um prédio sem jardim
com paredes sem desejos

E com vidas muito mais reais!