terça-feira, 29 de julho de 2014

Maceió

Prazer, eu sou o herói da resistência
minha casa não tem garagem
o muro é coberto de folhas
a tal da trepadeira que cobriu o concreto

Prazer, eu sou o herói da resistência
cujo o peito, não te é mais casa

E que direito tenho eu, afastado de ti por tanto tempo, vir assim, sem mais nem menos, com um Black Chamber a encharcar-me as orelhas, recém conhecido, devagar, em prosa arrastada, sem eira, sem beira, sem direção?

Eu não sei, e ainda me falta a lembrança.

Mas se hoje me vi mais sensível ao caminhar e os muros esverdeados me sopraram algumas palavras, porque não, mais que depressa, como o informante do rei, no meu reinado de amor epistolar, vir correndo cravar-lhe em cores negras a descarga da minha confusão?

E de tão confuso eu não me concedo mais o direito de prosseguir, e ainda que repleto de recusa, eu me forço a entregar-lhe minha incompleta obra, pra que não se esqueça de mim, e que não se esqueça que nem sempre eu digo a coisa certa.

Eu não desisti, e nem publiquei o feto de três meses. Mas com um mês, ou dois, me veio a nova Feist, que agora se chama Daughter, me fazer reconsiderar minha ausência, me fazer reconsiderar minha existência....

Tolices, isso não sairá melhor do que esta, e quatro meses depois, a quilômetros de distância da minha casa, eu me contento com a publicação de um rascunho, composto pelas mãos perdidas no tempo.

A propósito, vê-me um bocado de tempo!?!