sexta-feira, 27 de junho de 2014

Memorial de uma Lucidez Suficiente

Navegando pelas melodias tristes do dia a dia,
Ainda tentando encontrar um lugar para descansar.
Entretanto, parece que todos os recantos são feitos de ilusões fonéticas,
Nas quais me ensurdece, e me deixa imerso da terra seca do inverno.

Nós nunca mudamos...
Apenas desocultamos o nosso verdadeiro ser.
E a cada tentativa de sermos diferentes,
Apenas caímos em mais uma mentira pra nós mesmos.

Caminhando pelas areias escuras dos meus sentimentos desertos,
Sigo queimando meus pés, que não deixam mais rastros.
Não há praia para eu me perder em olhar, não há mais mar para me embriagar,
Há apenas o sol que me expõe ao ridículo e evapora meus sais.

Nós nunca chegaremos a lugar algum por aqui...
Apenas nos retardaremos da nossa terra do nunca.
Nos perdemos ao contemplar essa vista turva de sempre, tropeçamos em nós mesmos e caímos sem, se quer, um passo darmos...

Mais um copo de mar por favor, para eu descobrir que pilhérias eu estou a digitar!






Afundando nas lacunas da areia dos meus sentimentos desertos...