domingo, 3 de novembro de 2013

Amanhece, e Estou Sem Face

O sol nasce, e minha pele queima com os restos de cola quente que ainda marcam meu rosto,
e meus olhos cegam com a luz estrelar.
Os fragmentos que me restaram, são impuros...
Uma solução insaturada.

A máscara que guardava 25 anos de pilherias, inutilidades e um ego pusilânime que eu usava para me defender de mim mesmo, está ali! Despedaçada no chão, bem diante dos meus árduos olhos...
Só me resta, estático, contemplar esta agonia.

O dia amanhece e mostra que por trás da minha máscara, há apenas silêncio.
Um silêncio tão maçante e náuseo, de estourar meus próprios tímpanos.
Minha pele - minha lona revestida de ferro e chumbo, evapora com o calor infernal de cada raio de sol receptado.
E minh'alma...
Alma... Mais um "traço curvo sobre um ponto", se mistura com os restos heterogêneos e com o gás carbônico, e é levada pelo vento.

Pronto!
Estou dissecado!
Estou a deriva!
Que comecem com o lacrimogênio e os choques elétricos!
Que comece a 'vida'!

O dia amanhece...
Um lindo dia, por sinal!
E exatamente às seis horas e cinco minutos...




















Em suma, isto é  apanas mais um silêncio variante ensurdecedor...