segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Leviatã de um Rei


Desta vez nem é melhor Vossa Majestade ascender a luz
e ver a sombra deste entulho de saco de batatas móvel que sobrou de ti.
Ah sim! Como é amargo para alguém, que já gozou de tantas outras massas cefálicas nessa guilhotina sentimental, se sentir nesse limbo!
Viverá com este leviatã em sua mente até o seu triste fim...

Oh Milorde!
O amor é um prato fervendo na mesa de um faminto, para quem não sabe amar.
De nada adiantará aprecia-lo, pois ele cozinhará teu coração e te refogará em um mar de lágrimas.
Se deseja-la como um suicida pulando na frente de um veloz trem
Ela sairá de tua cama como uma mosca varejeira sai pela janela de outrem...

Triste fim para quem, a pouco tempo, já teve um mundo em suas mãos
Triste fim para quem, um dia, já brincou de Deus!
Podes criar tua própria doutrina,
e implorar pela cabeça dela na guilhotina, ou se preferir, até queima-la viva!
Entretanto, se deseja-la como um pobre deseja um dia ser rei - não importa se o sexto, sétimo ou oitavo -
ela sairá pela porta como uma mosca sai pela janela...
Outra vez...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Colo


Queria colo agora, ou algum outro lugar quente pra recostar minha cabeça. Algum lugar que balançasse e que em meio ao balanço me fizesse esquecer tudo de ruim que existe fora do colo.
Queria aquela vibração agora, queria de novo aquela sensação de que mesmo com a cabeça recostada, os olhos fechados e a guarda baixa, nada e nem ninguém poderia me machucar.
Queria largar tudo agora e atrasar o relógio, girar o ponteiro maior em sentido ante horário 851 vezes.
Como eu queria voltar a ser algo que me desse prazer ser, ou que pelo menos eu suportasse.