domingo, 29 de março de 2009

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Enterro-me mais uma vez frente a esse quadro de luz ofuscante e contemplo a catarse em tons de branco borrados com traços negros.
Pelo visto calo-me aqui. Meus dedos já se emudeceram, minhas frases soltas parecem não mais se juntarem em uma dança de tormentos e desamores.
Acho que foram todos embora, todos os Salingers, todos os Machados de Assis, todos os Orwells, todos os Gattais, todos os meus não eu’s genéricos que respondiam por mim.
Sobrou apenas um monte de palavras sem forma, ficou apenas grunhidos balbuciados por um bêbado qualquer largado num ponto de ônibus, restou apenas à vã tentativa de dialogo de um casal de surdos-mudos em crise, permaneceu apenas a cena que se projetava frente aos meus olhos há algumas horas atrás.
Não ficou, não restou e nem permaneceu nada que justificasse sua presença por aqui caro leitor.
O que ainda insiste em sobreviver debaixo dos escombros deste telhado de palavras carregadas de silêncio é a minha presunção de ainda acreditar que posso brincar de escritor e de que vocês se divertem ao ler minhas brincadeiras.

Eis aqui meus caríssimos leitores (contemplando o auge da minha presunção) um espécime não muito raro: Um escritor sem nada pra falar. Ressalvo minhas reticências...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Quatro Passos


Olha você errando de novo!

Não Falastes que iria mudar?

Que estavas no topo?

Agora, olha você errado de novo!

Fique ai contemplando as ruínas de um alguém inexistente

Vendo o mesmo filme sem coragem de encarar o final.

Veja você prestes a errar outra vez!

Desta vez é sem chance! É "caixão e vela preta"

E não adianta querer sofrer

Não adianta querer chorar

Porque nada mais, em sua vida, faz sentido.

Você não vive, e sim morre aos poucos.

Olha você errado novamente!

Tentando ser alguém

Fingindo ser ninguém

Cheio de coisas vazias...