domingo, 17 de janeiro de 2016

Antropofássaros

Será que sangram os mais frágeis?

Ou serão os fortes aqueles que conseguem deixar seus pedaços para trás?

E se as aves comerem os dentes que largamos para marcar o caminho de volta?

E se o vento o arrastar para outro horizonte?

Será que vão nos encontrar?
Será que vão vir nos salvar?

Então sigamos, para a terra onde cavaremos nossa própria cova e nos lançaremos para que as aves não comam de vez os nossos corpos.

Para que assim, capengas e desmontados, sigamos fingindo pra todos que estamos bem.

Que morramos sós, para frisar que é da mágoa e do ressentimento que provém toda nossa essência.