quinta-feira, 14 de julho de 2022

No Limbo


Dormindo...

De olhos abertos. 

Sonhando...

Com se todos os “se's" da minha vida, se tiverem dado certo.

Monótono... 

Vazio...

Eu não quero acordar. 

Eu não quero suspirar. 


Este é o meu porto seguro

Este é o lugar onde nada me atinge

Onde eu não iludo ninguém

Nem a mim mesmo!


Irrelevante... 

Insípidio... 

Não quero ter o sabor

Do dissabor de mais uma queda no vácuo.

 

Incongruente... 

E imerso,

Em uma terrível paralisia de sono. 

Onde o pesadelo é ver um sonho se realizar. 

Mesmo assim, eu não quero acordar

Eu não quero acordar! 




terça-feira, 7 de setembro de 2021

Pós Liberdade

Abre chave
Desce colchete
Sobe parêntese

A chave que abre o meu alter ego em um mar de desilusão.

O colchete que abre a minha falsa independência

O parênteses que abriga o meu coração.

Dentro do parênteses, à equações que sempre resultam em desarranjos de um fatorial de número negativo, calculando todas as variáveis do que assinto. Há uma multiplicação de conjuntos vazios

Há centenas de divisões por zero.

Os Colchetes, são como conchas que aquecem minh'alma,
Mas logo se esfriam com o o dissabor humano.

E me embriaga com essa falsa sensação de sanidade sentimental.

E as chaves?

Acredito que estão com você!

Que você me libertaria de mim mesmo.

Pois minha mente as perdeu quando eu dei o meu primeiro passo na minha pós liberdade,
me fixando na miragem de seus olhos.

Nestes minutos escrevendo, em que insisto em me perder!

E ao mesmo tempo me encontro,

Dentro de um colchete e outro vazios,

Dois parênteses em silêncio.


Desce parêntese;
Sobe colchete;
Fecha chave.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Azul

E se de repente sacarmos que foi tudo só uma grande confusão? De sentimentos, de aflições desnecessárias, de desejos impensados, de relações abdicáveis?

Eu penso muito nisso, e tornei a pensar hoje, enquanto mergulhava em seu par de olhos azuis. Absurdamente azuis, do tipo que me ofendem.
Faz sentido? Em alguma hora faz? Ou tudo vai de encontro ao momento que nos damos contas de que foi tudo só uma grande confusão?

Interrogações rebuscando só um monte de bobagens.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Ponto(s)

No banho, me pego pensando que queria te dizer que eu já consigo passar o sabão no meu rosto.
Enquanto me enxáguo, penso naquele canal de humor português que eu queria te mostrar.
Enquanto me enxugo, penso na vontade de te dizer coisas sobre os países que eu visitei.
Enquanto eu visto a roupa, eu penso nas formas que eu poderia usar para pedir pra trabalhar com você em algum filme.
Amarro os cadarços enquanto reflito sobre os aviões que vi pensando no quanto você ia curtir isso.

Saio de casa.

Caminho alguns quarteirões e lembro que não te disse adeus. Não pus ponto final. Nossa conversa ficou assim, na reticências.
Pra mim era vírgula, um respiro, e eu continuei (e ainda continuo) produzindo pautas pra uma conversa que não teremos mais.

Só há um ponto onde eu insisto ver três...

domingo, 17 de janeiro de 2016

Antropofássaros

Será que sangram os mais frágeis?

Ou serão os fortes aqueles que conseguem deixar seus pedaços para trás?

E se as aves comerem os dentes que largamos para marcar o caminho de volta?

E se o vento o arrastar para outro horizonte?

Será que vão nos encontrar?
Será que vão vir nos salvar?

Então sigamos, para a terra onde cavaremos nossa própria cova e nos lançaremos para que as aves não comam de vez os nossos corpos.

Para que assim, capengas e desmontados, sigamos fingindo pra todos que estamos bem.

Que morramos sós, para frisar que é da mágoa e do ressentimento que provém toda nossa essência.