sábado, 2 de outubro de 2010

O moinho voltou a moer (se remoer)




Afogado em meus clichês eu cuspo em minha face, eu me renego, eu me deserdo, eu me desprezo.

Eu procuro desesperadamente uma maneira de dizer que não sou eu, eu procuro uma imensa e esmagadora palavra que me cale.
Eu procuro o sentido do que quero dizer.
Eu apago as luzes, eu ligo o som, eu me acomodo na cadeira e espero, espero que o sangue bombardeado em meu peito percorra a extensão do meu tronco, penetre em meus membros, e transborde por meus dedos. Traduzindo o que eu não consigo ler, criando símbolos que expliquem esse silêncio que se instaurou em mim, descrevendo a face de quem matou o meu poeta.
Acho que há tempos eu venho escrevendo em silêncio, postando cartas pra você sem escrever no envelope o endereço do meu destinatário. Eu venho guardando pra você meu bem, uma muda palavra de amor, que tenha mais peso do que um eu te amo, que tenha mais valor que o amor de um cristo.

Eu amo você, meu grande amigo,

Meu pedaço de papel

Em branco

Que eu rabisco em desespero


Afogado em meus clichês...

6 comentários:

Carol disse...

Um belo retorno!
Adorei as sensações despertas =D

Faccion® disse...

Caralho, eu vou copiar, eu vou copiar!!!!

Marcos Vinicios Rodrigues disse...

Muito bom texto! Caí aqui de pára-quedas e adorei!
Vou te seguir.
Abraço. =D

Distantes Sonâmbulos. disse...

Haha muito bom mesmo! achei doido os muitos parênteses que podemos abrir com esse texto!
Flwww

Ana Cavalcantti disse...

Oiiiiiiii
To passando só pra te seguir com meu blog novo , o perfil é novo tb...!!! O outro vai ficar paradinho mesmo !
Beijos bom final de semana !

Rui Águas disse...

tu escreves lindamente :')