quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Monólogo²


Talvez exista suicídio em legítima defesa.
Talvez eu não esteja só escrevendo o que eu quero pensar, talvez eu esteja sendo sincero e escrevendo o que estou pensando.
Talvez eu não esteja tentando me enganar, talvez isso realmente me cure.
Mas quando foi que eu adoeci? Quando foi que a fuga virou o plano “A”? Quando foi que eu passei a viver morto?
Talvez tenha sido quando eu descobri a verdade, ou melhor, quando eu descobri que não existe verdade.
Talvez tenha sido quando eu soquei a parede e vi que era oca. Talvez quando passei a mão no azul do céu e passei a ter as nuvens pintadas nas minhas palmas. Talvez quando eu vi que a bandeira pendurada no mastro do meu jardim não tinha minhas cores prediletas. Talvez tenha sido no dia que eu descobri que embora todos o digam, eu podia extinguir o “talvez” de minhas frases.
O suicídio seria em legítima defesa. Eu só estaria evitando ser morto. Seria melhor do que me sucumbir, me sujeitar, me arrastar e esfoliar meu corpo.
Eu realmente acho que seria melhor mesmo?
Sério, seria em legítima defesa!