quinta-feira, 4 de junho de 2009

Menos Maio


Menos maio. Só não sei se entre ou livre de aspas.
Creditei nesta frase a responsabilidade de transformar todas as frases, todas as aspas, todos os espaços escondidos na minha cabeça, em uma vaga tese que não sei sobre o que deve falar.
Talvez eu tenha encarnado nesses últimos meses um personagem de Platão substituído por antônimos, somado a confusão de um outro Caulfield de um outro Salinger qualquer.
O antônimo é que não nasci em caverna alguma, mas talvez eu tenha adentrado nela em algum passeio ecológico qualquer e após ter encontrado um pouco de água limpa, resolvido lavar-me ali da poeira que se impregnou em mim do lado de fora.
A rusticidade tornou meus dias curiosamente confortáveis e na minha caverna não havia sombra nenhuma nas paredes. Talvez até houvessem, mas me descobri um ótimo cego frente aquilo tudo. Um tipo de cego que transforma um piscar de olhos em uma cegueira quase sincera.
Não sei muito bem o que me levou a olhar lá pra fora de novo, muito menos o que atraiu meus passos para o alcance do sol, sei que agora aqui, frente aos refletores de sombra, sinto o imenso desejo de desligar a TV para não tomar nota do novo reality show, fechar a internet para não participar do novo movimento pró “natureza”, desligar o... não, melhor não.
Melhor aumentar o volume do rádio e virar um surdo sincero no que diz respeito a ouvir o que as sombras falam.
E esperar,
o menos junho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Cara, melhor ser um surdo mesmo a tentar escutar os concelhos da vida, que na sua infinidade de certos e errados, concretos e abstratos esta sempre nos dizendo a mesma coisa: Nada faz sentido..