domingo, 7 de setembro de 2008

Muros e plataformas


Construí um mundo repleto de muros, no final das contas tudo que eu queria era me sentir seguro em algum lugar. Nunca consegui me encontrar em casa, sai por ai e não encontrei mais o caminho de volta, dentro dessas paredes eu não conseguia dizer que estava no meu lar.
Nunca me identifiquei em lugar algum, no entanto parei por aqui e me enraizei, me prendi, de um modo que eu não pudesse sair inteiro. Cerquei tudo ao meu redor e escrevi com letras grifadas “Me deixem só”, mas o fiz com letras pequenas e com muros baixos, fáceis de serem escalados e às vezes até derrubados com um pouco de esforço. Talvez o que eu queria mesmo é que todos viessem e o derrubassem, jogassem no chão e caminhassem até mim pra dizer... ’”‘Oi”? Talvez?
Às vezes as pessoas vinham mesmo, e até diziam mais do que oi, no entanto elas sempre iam embora, eu as mandava embora, as chutava pela mesma greta do muro que elas haviam entrado, e enfim caía. Em queda livre até o fim. Me dei conta que não havia sobrado tijolos para construir plataformas que minimizassem os danos da queda a qual eu era submetido, por isso pude inúmeras vezes sentir meu corpo flutuar, não me importava se eu estava caindo, gostava do vento tocando meu rosto me trazendo momentos (toc)...me trazendo lembranças.
A vida é feita de lembranças, odeio não poder negar isso (toc)...
Afinal de contas por que esta me perguntando essas coisas? Porque bibliografar alguém sem importância? (toc)...
Olha me perdoa, podemos conversar depois? Estão forçando o muro outra vez!
(Toc)
Ah, escreva ai, "se eu pudesse acabaria fazendo tudo de novo".
(toc)

Um comentário:

Fabricio disse...

Abre a porta Mariquinha

Eu não abro não
Você vem da pagodeira
Vai curar sua canseira
Bem longe do meu colchão...