Talvez nossa maior pretensão seja justamente não ter pretensão alguma. Somos apenas pessoas que acreditam que certas coisas ainda não foram ditas, e mesmo não tendo o domínio delas, emprestamos nossas mentes pra que as palavras se divirtam, construindo e destruindo simultaneamente o castelo abstrato que resolvemos levantar! A casa é sua, o telhado é feito de palavras e vez ou outra elas costumam desabar sobre você!
domingo, 17 de janeiro de 2010
nuvem
Saudade dos riscos na tela. Da vã tentativa de conversão do branco no extremo oposto. Da vã tentativa de bloquear os raios de sol, do culto ao ocultismo.
Como se eu fosse uma nuvem carregada, numa dança envolvente pelo céu de verão. Como se eu fosse a sombra que refresca o corpo queimado dos que vagam por ai. Como se eu fosse as gotas de chuva que regam o solo. Como se eu fosse o motivo da dança. Como se eu fosse a barreira entre os olhos dos homens e a face de deus.
Como se eu fosse deus. Sem face, sem graça e desacreditado. Com anjos amputados que se lançam em queda livre em direção ao solo, como pedras de granizo que despencam das nuvens que não as querem mais.
Mas eu não sou.
Nem nuvem, nem barreira, nem anjo e nem deus.
Saudade dos riscos na tela, saudades de quando eles me diziam algo.
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