domingo, 5 de outubro de 2008

El Guionista


http://www.youtube.com/watch?v=JpXTMMyjaGM (vejam o video primeiro)

Sempre recebi com certo receio certos trabalhos.

A bem da verdade é que o que eu queria mesmo era sempre poder ter as mãos livres para escrever.

 Sempre achei complicado de mais ter que fazer uma reforma agrária no território das minhas mãos

 De modo que coubesse na mesma minha arte e os fetiches de meu contratante.

Agora mesmo tenho em mãos três imagens que conheço muito bem, no entanto tenho de olhar não com os meus olhos e sim como os olhos de quem as escolheu

e eu não sei o que ela vê.

Preciso de um personagem, alguém que veja por nós.

Preciso de um nome também, mas qual?

Escolha você mesmo um!

É isso, deixarei em suas mãos o meu trabalho.

Darei a você a responsabilidade de escrever uma história.

Te darei a chance de brincar de deus.

Mas o que fazer aqui?

Não é nem mesmo um dia bonito pra se caminhar.

Aliás, qual sua idade?

Pense mas não diga

A obra não precisa de nenhum registro material.

Sinto-me mais feliz usando a sua cabeça como tela de projeção.

Olha só! Anoiteceu de repente

As metrópoles têm um modo temporal único

Mas espere ai! Onde ele está?

Como quem?

Nosso personagem burro.

Não, não é ele que é burro

Quer dizer, talvez seja! afinal

Ele não é criação minha.

Aff, eu vou ser roubado aqui, e a câmera nem é minha

Sou um roteirista desempregado depois disso daqui

Finalmente a ultima imagem

Temos pouco tempo até tudo acabar e, no entanto não descobrimos nada sobre o tal rapaz

Quer dizer, era um homem?

Escolha como as coisas acabam

Agora ele\ela é todo seu\sua

Eu lamento, não posso dar dica alguma

Só acho aqui um lindo lugar pra morrer. Hehehe

Desculpe-me

Ando meio fúnebre ultimamente.

Sei lá, talvez ele tenha saído caminhando e ido embora pra um lugar mais real

E enfim se libertado das nossas cabeças

Quer dizer

Das nossas telas de projeção.

 

2 comentários:

Nilmar Barcelos disse...

Um dos melhores curtas experimentais que já vi.

Unknown disse...

Caralho... Já tem 6 anos! Tô ficando velha e não me canso de ver!